Caravana
Saio de casa, a Caravana me leva por tantos lugares, por tantas andanças, por tantas lembranças, que logo de adulto, torno-me criança, mas o meu tempo mesmo, é o tempo de infância...
Saio de casa, abro as minhas asas, e um lindo vale se mostra à minha frente, dilui-se cólera-arrogância, num planar de águia, da sensibilidade à elegância mas o meu tempo mesmo, é o tempo de infância...
Saio de casa, ela me seduz, lança sobre mim as suas longas tranças, incansável, a beleza dela não cansa, fêmea, feminina e mansa, sobre mim ela avança, mas o meu tempo mesmo, é o tempo de infância...
Saio de casa, me dou conta de que entre o perto e o longe não há distância, por ser livre de anéis, não uso alianças, ora senil, ora adulto ora criança, mas o meu tempo mesmo, é o tempo de infância...
Saio de casa, logo aprendo ideogramas, algebras, libras e letras de fligranas, por moemas e poemas, ando na trilha, na savana, nas vozes da dissonância, mas o meu tempo mesmo, é o tempo de infância...
Humberto de Campos
Escritor e Poeta
@humbertodecampos11