Casulo Inóspito
Planos e planos para a noite, eu não parava de pensar nas pessoas que eu poderia conhecer...
eu precisava sair daquele casulo inóspito, para me banhar de sol e enamorar a lua... toda nua
mas naquele dia eu preferi dormi a tarde inteira, para que a noite chegasse mais depressa...
Findou a tarde e caiu a noite, no mesmo instante, pois essas transições divinas são imperceptíveis
então despertei, retirei as roupas do armário, pus aquele perfume cítrico, respirei bem fundo...
senti que as ondas da baía de guanabara queriam brotar em mim, com toda sua sensualidade (risos)
A minha casa era um casulo inóspito, e quando eu saia dele me deparava com o mar da guanabara
com aquelas luzes brilhantes, que se espraiavam na face das águas por todas as direções...
não sei explicar muito bem isto, mas o meu coração ainda palpita só de pensar naquela chuva de luzes...
Um andar que não era meu, levou-me à romântica Copacabana, caminhei sentindo o cheiro da Paula Toller...
e para não perder a baía de guanabara de vista, caminhei, caminhei e caminhei... à pé!
tão bom quanto a atmósfera da noite carioca era ter deixado aquele casulo inóspito para trás...
Quão bom é abandonar um casulo inóspito!
Humberto de Campos
Aprendiz Holístico