Angústia
Consternado, uma clareira se abriu à minha frente, não compreendi ao certo, a presença antes do cerébro, e após à mente, mas sei que se tratara de uma crença discrente, de muito tempo atrás porém pouco tempo à frente, o corpo esfria, mas logo fica quente, quanta tristeza isto me custa, a minha alma lhe nomeia Angústia
Um caminho longo, estreito e vazio, se desdobra em modos, tal qual as águas de um rio, uma clareira após a outra se abrem num vazio, me causa um tormento sangrento, aí me foge todas as coisas e todos os intrumentos, ignoro a paixão e qualquer rebento, quanta tristeza isto me custa, a minha alma lhe nomeia Angústia
Eu não sou seu, seu Eu não é meu, a clareira é como a arena do Coliseu, todos me imaginam, me veem, mas estou perdido no labirinto de Teseu, uma chama que me queima por inteiro, o fogo de Prometeu, uma escuridão escura, intensa luz que não ascendeu, quanta tristeza isto me custa, a minha alma lhe nomeia Angústia
As ferramentas, os instrumentos, as coisas me parecem opacas, distantes, combate de egos beligerantes, encontro-me elevado, suspenso, tal qual Immanuel Kant, atemorizado no inferno de Dante, as coisas me veem, me fogem, somem, arguta astúcia, quanta tristeza isto me custa, a minha alma lhe nomeia Angústia
Humberto de Campos
Mestre Holístico