A Esperança Equilibrista
O arco-íris no céu se mostrara, em cores, e lá minha ausência era sofrida, e as nuvens brancas ao redor se formara, e lá minha ausência era sentida,
Nas matas corriam bichos verdes, pretos e listrados, e lá minha dor era escondida, Nas terras longínquas a pele ardia, e minha tristeza era mantida
Eu chorava as lágrimas de saudade da minha terra nagô, dos meus riachos e cachoeiras, pois lá ficara a minha querida, a minha guerreira na vida
Estava entre corpos jogados, sem vida e sem rostos, e lá minha ira era atrevida, desafiava o opressor, com m'alma aguerrida
Estamos juntos agora, na esperança de um caminhar "odara", mas a barbárie jamais será esquecida, nessa ou em outra vida
Das águas rasas e calmas de Santo Amaro, Iaras pretas brotara, e por lá Bethânia era menina, ela que o diga
Humberto de Campos
Mestre Holístico