O Canto da Iara

A minha videira expôs seus frutos ao Sol, tal qual uma ave choca, doei meu útero a um belo rouxinol

Fiz meu ninho por todo o rol, ornei, tal qual um caracol, com fios de cabelo dourados, teci todo o meu lençol

Na floresta alta e baixa, ouvi a voz suave e clara, da Shitara, era Marisa Monte, inebriante, com o canto de uma Iara

Queima em mim uma paixão que não sara, sofro de saudades dele, que se foi, e triste e sozinha me abandonara

Somente só, ele sempre assim ditara, mas o nascente traz potência, cura a ausência, e espalha o Sol na minha cara

   Humberto de Campos
     Mestre Holístico